Devaneios Contidos

É melhor não falar, não dizer nada, senão estraga. Ontem foi bom. Muito bom. Bom demais. Eu queria ter dito mais, mas nem sempre palavras sao necessárias, ou suficientes. Ontem, a gente foi suficiente. Sua mão. Minha mão. Toques. Era só do que precisávamos. Eu não era você nem você era eu, mas a gente se completava. Entende? Se completa ainda. Mesmo longe.
Não sei quando vai ser de novo. Não sei quando volta. Não sei se algum dia seremos novamente. Mas sei que, se tínhamos que ter um última dia, melhor não poderia ser. Pelo menos a tristeza da partida foi repartida com a alegria do silêncio. A magnitude do silêncio. O silêncio é mágico. Ele faz da gente quem somos, faz de eu e você, nós. Você entende, eu sei.
Eu não preciso de ninguém me dizendo que vai passar. Eu não quero que passe. Eu não quero esquecer, não de você. Muitos já vieram, deixaram sua marca, se foram, passaram, a marca se apagou. De você eu quero tatuagem. Você eu quero pra sempre. E pra sempre vai ser. Eu sei. Eu entendo dessas coisas. E você também. Eu também não vou passar pra você. Nunca.
Mas... é melhor não dizer nada, não falar, senão estraga.